segunda-feira, 22 de novembro de 2010

TIRIRICA RENDERÁ R$ 2,7 MILHÕES POR ANO PARA SEU PARTIDO.


Os 1,3 milhão de votos obtidos pelo humorista em São Paulo ampliam a fatia do PR na divisão dos recursos públicos do Fundo Partidário
Daniel Bramatti, Estadão.com
Ao fazer do palhaço Tiririca sua principal aposta eleitoral em São Paulo, o PR o transformou não apenas em puxador de votos, mas também em “puxador de dinheiro”.
Os mais de 1,3 milhão de eleitores que consagraram o deputado eleito valerão para sua legenda cerca de R$ 2,7 milhões por ano no rateio do Fundo Partidário.
Esse “bônus Tiririca” equivale a mais de cinco vezes o valor aplicado pelo partido na campanha do candidato, na qual se apresentou como “abestado” e celebrizou o slogan “pior que tá, não fica”.
O Fundo Partidário é formado por recursos públicos e dividido de acordo com a votação de cada legenda. Graças ao desempenho eleitoral deste ano, o Partido da República – chamado por alguns de seus próprios líderes de “Partido de Resultados” – vai elevar de 4,5% para cerca de 7,5% a sua fatia no bolo de R$ 201 milhões do fundo. Sua receita anual deve subir de cerca de R$ 8 milhões para pelo menos R$ 14 milhões.
Tiririca, que teve 6,4% dos votos para a Câmara dos Deputados em São Paulo, é o principal responsável por esse avanço, mas não o único. Em outros quatro Estados o deputado federal mais votado é do PR.
Três deles tiveram até mais eleitores que o palhaço, em termos proporcionais – um exemplo é o ex-governador Anthony Garotinho, que teve 8,7% dos votos no Rio.
Nos últimos quatro anos, o PR ampliou sua bancada na Câmara de 23 para 41 deputados – o que elevará em 64% seu tempo de TV e seu cacife nas negociações de alianças.

STJ MANTÉM PENA DE 31 ANOS DE PRISÃO PARA LUIZ ESTEVÃO

Por unanimidade, o empresário e senador cassado Luiz Estevão teve mantida a pena de 31 anos de prisão pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ontem. Ele é acusado de peculato, estelionato, corrupção ativa, uso de documento falso e formação de quadrilha. Em 2000, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por envolvimento no desvio de dinheiro público destinado à construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP). O rombo é de R$ 169,4 milhões.
O MPF sustenta na denúncia que Estevão, em conluio com o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, direcionou a licitação pública da construção do tribunal em benefício do Grupo OK, de propriedade do senador cassado. Inicialmente, a vencedora da licitação foi a empresa Incal Indústria e Comércio de Alumínios Ltda. Contudo, na parte final do certame, quem acabou vencendo a concorrência foi a empresa Incal Incorporações Ltda., que deti-nha um capital de giro de apenas R$ 120. Após o resultado da licitação, o Grupo OK acabou adquirindo cotas de participação da empresa vencedora para realizar a obra.
Com a ajuda de quebras de sigilos bancário e fiscal, descobriu-se que Santos Neto embolsou uma propina de R$ 1 milhão para beneficiar e autorizar os pagamentos irregulares à construção da obra. Realizada pelo corpo técnico do Tribunal de Contas da União (TCU), uma inspeção constatou que, de abril de 1992 a julho de 1998, foi repassada para as contas da firma de Estevão a quantia de R$ 231,9 milhões. Desse montante, R$ 62,4 milhões foram aplicados na obra, e o restante, desviado.
Além do ex-senador e do ex-juiz, os empresários Fábio Monteiro de Barros Filho e José Eduardo Corrêa Teixeira Ferraz, donos da Incal Incorporações Ltda., também foram denunciados pelo MPF. De 1992 a 1997, ficou comprovado que foram repassados US$ 34,2 milhões da conta-corrente da Incal para as empresas do Grupo OK. Na época, os empresários justificaram a transação alegando que se tratava de pagamentos referentes a negócios e empreendimentos em conjunto das empresas. Um deles seria a aquisição de um terreno em São Paulo, e o outro, de uma fazenda em Mato Grosso. No entanto, as investigações do MPF revelaram que os documentos apresentados para justificar os negócios foram forjados pelo grupo.
Luiz Estevão só não está preso porque cabe recurso da decisão ao próprio STJ e, em última instância, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-senador não atendeu os telefonemas da reportagem.

EM 8 ANOS, LULA GANHOU PRESENTES QUE ENCHEN MAIS DE 11 CAMINHÕES.


Há cerca de duas semanas, os Correios entregaram no Palácio do Planalto uma caixa com um presente para o presidente Lula e outra, idêntica, para a primeira-dama Marisa Letícia. Ao abrir os pacotes, os funcionários da Diretoria de Documentação Histórica, responsável pela identificação de tudo o que envolve a Presidência, agiram tecnicamente, como de praxe, embora os objetos chamassem a atenção pelo inusitado: duas batedeiras de bolo.
Esses são pequenos exemplos dos regalos recebidos por Lula e dona Marisa desde janeiro de 2003, quando o casal se mudou para Brasília. Quando deixar o cargo, em 1º de janeiro, ele terá de levar tudo o que ganhou nestes oito anos: de objetos valiosos a pequenas lembrancinhas. No início, os objetos deverão ir para um depósito. A intenção é criar um instituto, como fez o ex-presidente Fernando Henrique.
Até sexta-feira, excluindo-se a correspondência e as mensagens eletrônicas que chegam a 642.977 textos, eram 760.440 objetos, entre presentes, arquivo audiovisual (incluindo quadros, fotos e filmes) e livros – material que vai lotar 11 caminhões.
Pela Lei 8.394, de 30 de dezembro de 1991, editada no governo de Fernando Collor, os acervos documentais privados dos presidentes da República são propriedade do presidente, inclusive para fins de herança, doação ou venda. No caso de venda, porém, a União tem direito de preferência.
Lula e Marisa têm de retirar do Palácio da Alvorada, onde são armazenados os presentes, tudo o que receberam para desocupar o lugar para o sucessor. E aí começa a dor de cabeça: onde alojar o conteúdo de 11 caminhões?
- Costumo dizer que sou o guardador de um presente de grego – afirma Cláudio Rocha, diretor da Diretoria de Documentação Histórica. – Quando o presidente deixa o cargo, ele é que tem de se virar para guardar tudo o que ganhou e, um detalhe: sem nenhuma ajuda financeira da União.
A lista de presentes é extensa: do rei da Arábia Saudita, Abdullah Bin Abdulaziz Al-Saud, Lula recebeu uma espada em ouro vermelho, com bainha incrustada com peças de rubi, esmeralda e brilhantes. Da rainha Elizabeth, um par de taças de prata. A rainha Sílvia, da Suécia, deu um vaso de cristal, e o rei da Espanha, Juan Carlos, uma compoteira também de cristal. Há, ainda, 590 bonés, mil camisetas (85 de times de futebol) e um capacete do piloto Ayrton Senna

OS TRÊS PORQUINHOS DA DILMA!!


Dilma Rousseff deu pela ausência de Antônio Palocci, “o terceiro dos três porquinhos” de sua campanha, durante discurso nesta quinta (19) no Diretório do PT. Apontou  para os outros dois — o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o secretário-geral, José Eduardo Cardozo – e completou:
– Os três porquinhos foram, muito bem sucedidos na minha campanha.
O apelido pegou de vez! Só falta o dela agora.

Dilma deve manter Gabrielli no comando da Petrobrás em 2011

Vera Rosa - Estado de S. Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à sua futura sucessora, Dilma Rousseff, que mantenha José Sérgio Gabrielli no comando da Petrobrás pelo menos durante o ano de 2011. Na avaliação de Lula, não é aconselhável mexer na cúpula da companhia no ano em que a briga pela distribuição dos royalties do petróleo da camada pré-sal incendiará o Congresso.
Dilma já teve muitos embates com Gabrielli quando era ministra-chefe da Casa Civil, mas está inclinada a aceitar a sugestão de Lula. A ideia, porém, é que Gabrielli deixe a estatal mais à frente para ocupar uma vaga no secretariado do governo da Bahia. O presidente da Petrobrás é, hoje, o nome mais citado no PT para a sucessão do governador Jaques Wagner, em 2014.
Com a tendência da manutenção de Gabrielli na estatal – que tem previsão de investimentos de R$ 91,3 bilhões para 2011 –, é provável que a diretora de Gás e Energia da Petrobrás, Maria das Graças Foster, continue no mesmo posto. Amiga de Dilma, a engenheira química é o nome da preferência dela para substituir Gabrielli mais adiante. Além disso, no xadrez ministerial, é sempre lembrada para ocupar uma cadeira no Palácio do Planalto.
Denúncias
Maria das Graças, porém, ficou assustada com a invasão de privacidade depois que apareceu como cotada para chefiar a Casa Civil. A C. Foster, empresa de seu marido, Colin Vaughan Foster, foi acusada de assinar contratos sem licitação com a Petrobrás nos últimos três anos, desde que ela assumiu a diretoria da companhia, onde é funcionária de carreira.
Para Dilma, isso não é problema, mas, na prática, ela ainda não definiu quem levará para a Casa Civil, pasta que comandou durante quase cinco anos. Ministério emblemático por se tornar alvo de crises desde o escândalo do mensalão, em 2005, a Casa Civil ficará mais enxuta e pode perder funções executivas, como a gerência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A presidente eleita procura para a sua antiga cadeira alguém com perfil técnico e que não desperte atenções. São citados para a vaga, além de Maria das Graças, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo; a coordenadora do PAC, Miriam Belchior, e o chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, um dos coordenadores da equipe de transição, é nome certo para o núcleo duro do governo. Palocci deve ocupar a Secretaria-Geral da Presidência, que também será repaginada e cuidará da relação com Estados e municípios. Na semana passada, Palocci conversou com Lula e Dilma e disse que não gostaria de comandar o Ministério da Saúde, hoje nas mãos do PMDB. A vaga é disputada por várias alas do PT.
O ex-ministro da Fazenda vai ajudar Dilma na negociação com governadores e prefeitos para a reforma tributária, a revisão dos índices dos fundos de participação dos Estados e a partilha dos royalties do petróleo.

O projeto que muda o regime de concessão para partilha, na exploração do pré-sal, tramita na Câmara dos Deputados, mas dificilmente será aprovado neste ano. É para evitar "marolas" que Lula não quer que Dilma arrisque mudanças na Petrobrás nesse momento