segunda-feira, 8 de novembro de 2010
'Tenho informações que abalariam as eleições no Brasil'
Jamil Chade CORRESPONDENTE / GENEBRA - O Estado de S.Paulo
ENTREVISTA
Julian AssangeFUNDADOR DO WIKILEAKS
Acompanhado por seis seguranças, o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, não disfarça o incômodo com o fato de não ter residência fixa, só andar com escolta armada e ver seus funcionários sendo detidos por policiais em todo o mundo. "A censura está muito mais generalizada e profunda do que a sociedade imagina", alertou. Em entrevista ao Estado, o polêmico hacker, autodenominado jornalista e ativista, admite que nunca pensou que sua iniciativa de criar um site para publicar documentos secretos tomaria a dimensão que tomou.
Que tipo de repercussão teve a publicação dos documentos sobre o envolvimento americano no Iraque?
A única investigação aberta pelos americanos não foi contra seus soldados. Foi contra mim. Nesta semana, uma pessoa que apenas indiretamente estava ligada ao vazamento dos dados militares americanos foi detida na fronteira entre o México e os EUA. Seu computador foi confiscado. Ele havia visitado uma de nossas fontes. O Pentágono também criou uma lista de pessoas que trabalham dentro do próprio serviço americano que poderiam ser nossas fontes. São 120 funcionários suspeitos. Basicamente, o que os EUA fazem é banir a liberdade de imprensa.
Há também material sobre o Brasil que poderá ser publicado em breve?
Sim. Não posso dizer de quem se trata. Sabemos que parte da informação que temos sobre o Brasil poderia ter abalado as pretensões eleitorais de algumas pessoas. Mas não conseguimos ter tempo de publicar o material antes, diante de todo o caso do Iraque.
Além das ameaças, que outras pressões o sr. sofre?
Grande parte de nossa verba vem de doadores que mandam dinheiro com cartões de crédito. Mas, depois da publicação dos documentos sobre o Iraque, a empresa que fazia o trabalho de captação na internet suspendeu o contrato conosco e o motivo que nos deram era exatamente o fato de estarmos sendo visados pelos americanos.
A imprensa americana lhe dá a devida atenção?
Não. E o governo americano ainda impediu que nossas revelações chegassem às TVs a cabo. A imprensa americana não nos deu espaço.
O sr. não teme que essa pressão impeça seu site de operar?
Vamos continuar a publicar os documentos da forma mais rápida possível. Espero que as pessoas julguem alguém não pelo calibre de seus amigos, mas de seus inimigos.
Julian AssangeFUNDADOR DO WIKILEAKS
Acompanhado por seis seguranças, o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, não disfarça o incômodo com o fato de não ter residência fixa, só andar com escolta armada e ver seus funcionários sendo detidos por policiais em todo o mundo. "A censura está muito mais generalizada e profunda do que a sociedade imagina", alertou. Em entrevista ao Estado, o polêmico hacker, autodenominado jornalista e ativista, admite que nunca pensou que sua iniciativa de criar um site para publicar documentos secretos tomaria a dimensão que tomou.
Que tipo de repercussão teve a publicação dos documentos sobre o envolvimento americano no Iraque?
A única investigação aberta pelos americanos não foi contra seus soldados. Foi contra mim. Nesta semana, uma pessoa que apenas indiretamente estava ligada ao vazamento dos dados militares americanos foi detida na fronteira entre o México e os EUA. Seu computador foi confiscado. Ele havia visitado uma de nossas fontes. O Pentágono também criou uma lista de pessoas que trabalham dentro do próprio serviço americano que poderiam ser nossas fontes. São 120 funcionários suspeitos. Basicamente, o que os EUA fazem é banir a liberdade de imprensa.
Há também material sobre o Brasil que poderá ser publicado em breve?
Sim. Não posso dizer de quem se trata. Sabemos que parte da informação que temos sobre o Brasil poderia ter abalado as pretensões eleitorais de algumas pessoas. Mas não conseguimos ter tempo de publicar o material antes, diante de todo o caso do Iraque.
Além das ameaças, que outras pressões o sr. sofre?
Grande parte de nossa verba vem de doadores que mandam dinheiro com cartões de crédito. Mas, depois da publicação dos documentos sobre o Iraque, a empresa que fazia o trabalho de captação na internet suspendeu o contrato conosco e o motivo que nos deram era exatamente o fato de estarmos sendo visados pelos americanos.
A imprensa americana lhe dá a devida atenção?
Não. E o governo americano ainda impediu que nossas revelações chegassem às TVs a cabo. A imprensa americana não nos deu espaço.
O sr. não teme que essa pressão impeça seu site de operar?
Vamos continuar a publicar os documentos da forma mais rápida possível. Espero que as pessoas julguem alguém não pelo calibre de seus amigos, mas de seus inimigos.
No primeiro encontro, equipe de transição discute orçamento e mínimo
Andréa Jubé Vianna, da Agência Estado
BRASÍLIA - Durou cerca de uma hora a primeira reunião da equipe de transição do governo, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Segundo o vice-presidente eleito, Michel Temer, o orçamento para 2011 e o valor do salário mínimo foram os temas principais da reunião desta segunda-feira, 8.
Veja também:
O grupo de transição decidiu marcar um encontro com o relator do orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), para discutir o texto final do Orçamento e a questão do mínimo. O relator manteve na proposta, entregue na última sexta-feira, 5, o salário mínimo em R$ 538,15, como quer o governo. Mas, em conversas com jornalistas, Argello já sinalizou a possibilidade de elevar o valor para R$ 540. Em outra frente, lideranças das centrais sindicais pressionam para a elevação do mínimo para R$ 580.
Ainda na reunião desta segunda, ficaram delimitadas as funções dos principais membros da comissão de transição. Caberá aos deputados José Eduardo Cardozo e Antonio Palocci a coordenação da parte administrativa da transição. O vice Michel Temer e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, farão a interlocução com os presidentes dos partido aliados.
Além da equipe de Dilma, participaram, do lado do governo, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho.
Continuam no CCBB Dutra, Cardozo e Palocci em reunião com o ministro interino da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima.
Temer confirmou para a terça-feira, 9, a reunião com os líderes partidários para definir a votação das 12 medidas provisórias que trancam a pauta.
Veja também:
O grupo de transição decidiu marcar um encontro com o relator do orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), para discutir o texto final do Orçamento e a questão do mínimo. O relator manteve na proposta, entregue na última sexta-feira, 5, o salário mínimo em R$ 538,15, como quer o governo. Mas, em conversas com jornalistas, Argello já sinalizou a possibilidade de elevar o valor para R$ 540. Em outra frente, lideranças das centrais sindicais pressionam para a elevação do mínimo para R$ 580.
Ainda na reunião desta segunda, ficaram delimitadas as funções dos principais membros da comissão de transição. Caberá aos deputados José Eduardo Cardozo e Antonio Palocci a coordenação da parte administrativa da transição. O vice Michel Temer e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, farão a interlocução com os presidentes dos partido aliados.
Além da equipe de Dilma, participaram, do lado do governo, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho.
Continuam no CCBB Dutra, Cardozo e Palocci em reunião com o ministro interino da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima.
Temer confirmou para a terça-feira, 9, a reunião com os líderes partidários para definir a votação das 12 medidas provisórias que trancam a pauta.
Tópicos: Transição, Dilma Rousseff, Centro Cultura Banco do Brasil, Orçamento, Salário mínimo, , Nacional, Política
Obama apoia cadeira permanente para Índia no Conselho de Segurança
Agência Estado
NOVA DÉLHI - O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou-se nesta segunda-feira, 8, favorável a uma cadeira permanente para a Índia no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Falando ao Parlamento indiano, Obama afirmou estar ansioso por "um Conselho de Segurança reformado que inclua a Índia como um membro permanente".

O Brasil também busca obter uma cadeira permanente no órgão. Atualmente, os membros permanentes, com poder de veto, são EUA, França, Rússia, China e Reino Unido. O órgão toma as mais importantes decisões sobre conflitos e diplomacia no mundo.
Obama também afirmou que estava disposto a desempenhar "qualquer papel" requisitado por Índia e Paquistão para fomentar a paz entre as duas nações vizinhas que possuem armas nucleares. Em seu terceiro e último dia de uma viagem à Índia, Obama disse que os dois países têm um interesse em reduzir as tensões na região, e que os EUA "não podem impor uma solução para esses problemas".
O líder norte-americano falou em entrevista à imprensa ao lado do primeiro-ministro indiano, Manmoham Singh. O Paquistão, um país de maioria muçulmana, e a Índia, de maioria hindu, já travaram guerras e mantêm fortes suspeitas entre si. Funcionários indianos acusam, por exemplo, o serviço de inteligência paquistanês de ajudar a orquestrar um ataque em Mumbai em 2008, que matou 166 pessoas.
A Caxemira tem sido o principal ponto de fricção entre as duas nações. A região é dividida entre Índia e Paquistão, e Islamabad pede uma intervenção internacional para resolver o impasse, o que os indianos rechaçam. Após os ataques de novembro de 2008 em Mumbai, a Índia cancelou o diálogo de paz com o Paquistão. Os dois países já retomaram um diálogo para "construir a confiança" envolvendo chanceleres e outros funcionários nos últimos meses.
Após a entrevista à imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Mehmood Qureshi, reiterou que seu país quer dialogar com a Índia e está comprometido a eliminar o terrorismo e desmantelar qualquer rede extremista operando no país. As informações são da Associated Press.

Harish Tyagi/Efe
Índia foi a primeira parada da viagem que Obama faz pela Ásia
Veja também:
Parceria entre Índia e EUA 'definirá o século', diz Obama
Obama pressiona Índia e Paquistão por diálogo
Conseguir o apoio dos EUA para sua pretensão de integrar o Conselho era visto pela Índia como um ponto muito importante na agenda do país anfitrião durante a visita do presidente americano. Funcionários afirmaram, porém, que Obama apoia essa inclusão da Índia como membro permanente no principal órgão apenas no contexto de uma reforma mais ampla do Conselho, o que pode levar anos.

O Brasil também busca obter uma cadeira permanente no órgão. Atualmente, os membros permanentes, com poder de veto, são EUA, França, Rússia, China e Reino Unido. O órgão toma as mais importantes decisões sobre conflitos e diplomacia no mundo.
Obama também afirmou que estava disposto a desempenhar "qualquer papel" requisitado por Índia e Paquistão para fomentar a paz entre as duas nações vizinhas que possuem armas nucleares. Em seu terceiro e último dia de uma viagem à Índia, Obama disse que os dois países têm um interesse em reduzir as tensões na região, e que os EUA "não podem impor uma solução para esses problemas".
O líder norte-americano falou em entrevista à imprensa ao lado do primeiro-ministro indiano, Manmoham Singh. O Paquistão, um país de maioria muçulmana, e a Índia, de maioria hindu, já travaram guerras e mantêm fortes suspeitas entre si. Funcionários indianos acusam, por exemplo, o serviço de inteligência paquistanês de ajudar a orquestrar um ataque em Mumbai em 2008, que matou 166 pessoas.
A Caxemira tem sido o principal ponto de fricção entre as duas nações. A região é dividida entre Índia e Paquistão, e Islamabad pede uma intervenção internacional para resolver o impasse, o que os indianos rechaçam. Após os ataques de novembro de 2008 em Mumbai, a Índia cancelou o diálogo de paz com o Paquistão. Os dois países já retomaram um diálogo para "construir a confiança" envolvendo chanceleres e outros funcionários nos últimos meses.
Após a entrevista à imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Mehmood Qureshi, reiterou que seu país quer dialogar com a Índia e está comprometido a eliminar o terrorismo e desmantelar qualquer rede extremista operando no país. As informações são da Associated Press.
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